sexta-feira, 25 de julho de 2014

Ariano Suassuna

ARIANO SUASSUNA! PRESENTE!
Imagem selecionada da Web



Perdemos um dos maiores mestres da Literatura. Perdemos o arauto da Cultura Popular, não que por aqui não tenhamos outros e outras cumprindo esse papel, mas Ariano encarnava com gracejo e afoiteza esse cavaleiro armorial, combativo, desafiador, irreverente, visceral. Quando o assunto era a nossa Cultura lá estava ele sobre seu cavalo de sonhos munido de lança e bandeira.
Peguei-me chorando hoje, porque a gente corre o risco de chorar um pouco quando nos deixamos cativar, disse Exupéry, e como não ser cativado(a) pela genialidade de Ariano, seus causos, seu amor imenso pela cultura popular, sua paixão pela arte, por seu quimérico cavalo, seus brasões e seus estandartes?
Ah, querido mestre como nos fará falta tua presença física nos nossos palcos, na nossa literatura construída de sertões, de homens e mulheres sofridos(as) e valentes, de poeira, de sonhos, cordéis, lanças, pedras e risos e lágrimas...
Direi sempre presente quando teu nome for chamado e ponho humildemente meu ofício de escritora com meus versos de vento ou minhas prosas de terra e caatinga para dizer do nosso Nordeste, dos nossos Sertões fazendo a recomendada lição de casa que deixaste sobre a mesa.
Que sejamos como mandacarus em riste reverdejando na seca, como tu foste, Ariano, lança desafiadora e buliçosa. Que tenhamos a tua coragem, a tua graça de caçoar no enfrentamento permanente contra a banalidade e a perda de identidade tão presente na sociedade, que viceje em nossas ouças a tua voz rouca teimando nessa peleja para defender as nossas raízes e a nossa cultura. Que essa tua força de encantamento dos grandes juazeiros seja em nós para sempre o teu maior legado.

Jacqueline Torres

Recife, 23 de julho de 2014.