domingo, 24 de julho de 2011

MEU ENIGMA

Haven - Hanry Asencio

Sou um enigma
E em mim
vislumbro visível
azul todas as respostas
Mas finjo não ver
rio,
escandalosamente rio
despenteio os cabelos
arranho a pele
escondo-me de mim
brinco
farejo como uma loba
Meu enigma
distorce o fôlego
o peito pulsante
E esgueiro-me
pela sombra
pela luz
Vejo-me e vejo em volta
Mordo o lábio
Os olhos iluminam à noite
Meu enigma

espalha-se
e eu sussurro que me perdi
Mas vejo-me
fortuita
atrás de minhas
imagens nuas
E minhas visões
transpiram na pele quente
no hálito de língua
na mesma marca de mulher
amante
de mulher poeta
asas de águia
leveza
precisão
Sou o possível
que passa
E o desvio enigmático
do impossível.

 
( Jacqueline Torres - Outubro/ 2009 )