sábado, 26 de julho de 2014

Ariano - Cavaleiro Armorial

Ao Cavaleiro Armorial

Imagem da Web: Desconheço a autoria

Choram as cancelas cerrando as estradas, os salta-caminhos, a caatinga lutuosa, chora...
O japim, o barro, a cerca, os cordéis dançando ciranda de vento...
Chora o linho amarelecendo dentro da hora que pousou roxa sobre os ponteiros, a janelinha espantada da casa caiada, os alastrados, as cacimbas na oração da última prece.
Chora a rabeca debulhando uma incelência...
Os sinos silenciam, os tambores recolhem-se na surdina e os pífanos velam um soluço... Os brincantes se aquietam no terreiro amplo onde os Encantados te reverenciam e te ladeiam entre cigarras, vagalumes e cantigas mudas...
Tremem as bandeiras teu nome e os anjos toscos se enovelam e trançam silêncio de lágrimas e risos onde deixas teus rastros de luz enquanto danças um ciranda com Deus.



Jacqueline Torres