Ao Cavaleiro Armorial
Imagem da Web: Desconheço a autoria
Choram as cancelas cerrando as
estradas, os salta-caminhos, a caatinga lutuosa, chora...
O japim, o barro, a cerca, os
cordéis dançando ciranda de vento...
Chora o linho amarelecendo
dentro da hora que pousou roxa sobre os ponteiros, a janelinha
espantada da casa caiada, os alastrados, as cacimbas na oração da
última prece.
Chora a rabeca debulhando uma
incelência...
Os sinos silenciam, os
tambores recolhem-se na surdina e os pífanos velam um soluço... Os brincantes se aquietam no
terreiro amplo onde os Encantados te reverenciam e te ladeiam entre
cigarras, vagalumes e cantigas mudas...
Tremem as bandeiras teu nome e
os anjos toscos se enovelam e trançam silêncio de lágrimas e risos
onde deixas teus rastros de luz enquanto danças um ciranda com Deus.
Jacqueline Torres