sábado, 30 de janeiro de 2010

OLHANDO O TEU RETRATO ( Doce e Amarga Herança )





No ar de riso eterno de minha avó
nesse retrato
estou eu diluída em sua composição
de mulher guerreira,
marcada de incerteza
E com uma alegria cortante,
rasgada
permanente
que lhe abria uma fenda,

chaga intrínseca
que a destacava imensa
na sua pequena e delicada figura.
Aqui estou eu, minha avó querida
e repito na minha sina
a mesma que te fez ausente dos amores
E foste tu que me incutiste
este espírito aéreo,
cantante,
espirituoso
De seus olhos
provêm os meus olhos,
e de suas dores
também minha chaga
Minha história é quase igual a sua
Apenas vimos por força do óbvio
em tempos irregulares
Como irregular
foi o seu
e também o meu destino.


( Jacqueline Torres - 07/05/09 – 22h47 )