DIA 14 DE NOVEMBRO
14H
Cláudio Assis, Xico Sá e Hilton Lacerda, com mediação de Isabela
Cribari
“Cinema e literatura: casamento suspeitoso, união estável ou de
conveniência?”
Desde pelo menos 1898, quando os franceses adaptaram o Dom
Quixote, a 2014, quando o Big Jato, de Xico Sá virou luz e ação de cinema,
incontáveis horas e películas se ocuparam de obras literárias. Mas o que
significa essa relação? Que liberdade ou libertinagem se permite um cineasta
quando lê ou relê um texto? O que é melhor para um filme – ser fiel ou infiel
ao livro? E um escritor – o que fica devendo ao cinema?
16h
Carina Rissi e Margaret Stohl, com mediação de Ju Costa:
Como seduzir o leitor e mantê-lo fiel.
Os escritores que a crítica mais elogia não raro têm pouco
interesse por suas interpretações ou devotam um desdém solene ao que dizem
deles. No outro extremo, os de grande sucesso de público parecem ter um caso de
amor com o leitor. Um pouco dessa correspondência explicaria que sejam
best-sellers. Duas das mais exitosas escritoras da atualidade revelam se há –
ou não – receitas infalíveis para isso.
18h30
Hwang Sun-Mi e Braulio Tavares, com mediação de Abel Menezes
Escrever com alegria: a imaginação e a fantasia na literatura
“Gosto de escrever sobre pessoas em meus romances, mas me sinto
muito mais livre quando escrevo uma fábula”, disse, numa entrevista, Hwang
Sun-Mi. “Eu costumo anotar sonhos, há mais de 30 anos. Muitas das minhas
histórias nascem de sonhos. Se eu não entendo o sonho, melhor ainda”, contou
Bráulio Tavares. E mais dirão e contarão ao público da Fliporto.
20h15
Romero de Andrade Lima:
Aula-espetáculo “O Trovador Cariri”
Nesta Aula-espetáculo o narrador vai contando como o Mestre
construiu os seus poemas… Tanto pelo que o poeta deixou por se escrito, quanto
pelo que o pintor escutou dele pessoalmente… E durante a narrativa vai também
relatando como fez sua leitura ilustrada dos versos… E como musicou com toadas
populares para apresentá-los na antiga tradição da fala cantada…
DIA 15 DE NOVEMBRO
14h
Adriana Falcão, Homero Fonseca, Rodrigo Garcia Lopes, com
mediação de Samarone Lima
Grandes e pequenos truques para contar boas histórias
Três autores muito diferentes entre si, mas tendo em comum a
engenhosidade com que escolhem seus temas e cativam seus leitores. Seja nas
narrativas que partem do cotidiano, ou das que buscam inspiração no cinema e no
teatro, ou nas complicadas tramas do romance policial, existe um desafio comum:
como contar uma história? O que cada um faz para gerar suspense, criar enigmas
e resolvê-los.
16h
Lira Neto:
Conferência “Humanizando os mitos: as biografias do Padre Cícero
e de Getúlio Vargas”
Num país em que biografar os vivos é algo atualmente sujeito a
polêmica e até censura, como será contar a vida de dois dos mais celebrados
personagens da história do Brasil – o padre Cícero e o “pai dos pobres” –
Getúlio Vargas? Lira Neto, que escreveu os melhores livros já publicados sobre
ambos, explica como foi sua pesquisa, redação e repercussão do trabalho, e dá
dicas sobre como elaborar boas biografias.
18h30
Eliene Medeiros da Costa, Priscila Varjal e Rafael Monteiro,
mediação de Marcelo Pereira:
A dimensão do humano em Raimundo Carrero – Família, religião e
loucura.
Seus títulos são cheios de força dramática e trágica. As
sombrias ruínas da alma, Sombra severa, Somos pedras que se consomem são
alguns. Mas, independentemente de como se chamem seus livros, é do “humano
demasiado humano” que tratam. Mais do que nietzschiano ou dostoievskiano, esse
mundo povoado de família, religião e loucura é uma cosmovisão muito própria,
que fascina os seus leitores e críticos mais atentos.
20h
Martin Sixsmith conversa com Silio Boccanera:
A incrível e triste história de Philomena e as freiras
desalmadas
Mãe solteira irlandesa tem o filho tomado por uma instituição
católica e entregue à adoção contra sua vontade. Poderia ser o resumo de uma
história dramática de cinema. E é. Indicado ao Oscar e com grande êxito de
público. O filme Philomena, do britânico Steve Coogan. Baseado numa história
real escrita por Martin Sixsmith, que lança o seu livro na Fliporto e conta
tudo da obra numa entrevista exclusiva ao jornalista Silio Boccanera. Falará de
como chegou à história, outros casos de adoção dramática que descobriu desde
então, do clima repressivo na Irlanda da época, o papel das freiras e da Igreja
num país cegamente católico, as diferenças entre livro e filme.
DIA 16 DE NOVEMBRO
14h
Lourenço Mutarelli e Ondjaki, com mediação de Sidney Rocha
Roteiro, narrativas e imagens: as técnicas do cinema e da
literatura: aproximações e distanciamentos.
Num mundo saturado de imagens e de narrativas, o que distingue o
trabalho do escritor do que realiza um cineasta? E o roteirista, que papel tem
para o resultado de um filme? As imagens no cinema, na literatura e na História
em Quadrinhos, por exemplo, são essenciais – mas o que há de específico em cada
uma delas? Dois dos mais premiados autores da atualidade contam de suas
experiências nesses gêneros.
16h30
Carlos Newton Jr., Adriana Falcão e Bráulio Tavares, com
mediação de Lourival Holanda
Ariano Suassuna: do teatro ao romance e do romance ao cinema
Se há algo que caracteriza toda a obra de Ariano Suassuna – na
poesia, no teatro, no romance e até no que produziu sob forma pictórica – é a
força narrativa e dramática. Com uma capacidade inigualável de comover, seja
fazendo o seu público gargalhar, seja levando o seu leitor pensar e sentir algo
tão grave como nas tragédias. Um professor especialista em seus textos, e dois
escritores-roteiristas que fizeram os seus personagens vivos na tela da TV
comentam suas leituras e releituras desses e outros livros.
18h30
Samarone Lima, Geneton Moraes Neto e Vladimir Carvalho:
“Prefiro Tolstoi”: Ariano Suassuna e seus leitores, os segredos
das e aulas-espetáculo e as entrevistas.
Era um entrevistado do tipo que os bons repórteres “pedem a
Deus”. As frases de impacto surgiam aos borbotões e espontaneamente. Certa vez,
um jornalista perguntou a ele: “O que o senhor acha da Aids?” Ariano ficou em
silêncio, e em seguida, respondeu: “Prefiro Tolstoi”. As aulas-espetáculo, as
entrevistas e revelações de bastidores são o tema deste bate-papo.
20h30
Encerramento:
Palestra de Raimundo
Carrero em homenagem a Ariano Suassuna e concerto de Antônio José
Madureira
“A morte – o sol de Deus”, “A vida – a estrada” e muitas outras
obras compôs Antônio José Madureira com Ariano Suassuna, com quem fundou o
Movimento Armorial, nos anos 1970. Também do movimento participou o
romancista Raimundo Carrero, sua A história de Bernarda Soledade – A Tigre do
Sertão tem os elementos da estética armorial. Um antológico encerramento da
Fliporto 2014 com a conferência-recital. A melhor homenagem ao Mestre.
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